sábado, 20 de setembro de 2014

Um pouco de história sobre a presença centenária das Forças Armadas na Figueira da Foz

A Figueira da Foz preserva marcas profundas da presença centenária das Forças Armadas e tem conseguido superar a sua saída da cidade, em 2004, com o fim do serviço militar obrigatório (SMO).

O antigo presidente da Câmara Joaquim de Sousa recorda que "o Exército esteve mais de 100 anos na cidade", desde 1897, ano em que a Artilharia se instalou no quartel do Pinhal.
"Era muito importante para a economia da terra. Estamos a falar de incorporações de 1500 a 2000 recrutas, além dos quadros permanentes", disse Joaquim de Sousa à agência Lusa.
Em 1920, os militares tiveram as primeiras instalações construídas de raiz na Lapa, para albergar a Infantaria, onde em 2006 começou a funcionar o Centro de Formação da GNR, após ter encerrado, em 2004, a Escola Prática do Serviço de Transportes (EPST), que já era a única representação do Exército na Praia da Claridade.
O Exército "tinha uma influência importante" que perdeu com o fim do SMO, afirmou Joaquim de Sousa, de 77 anos, líder do executivo municipal de 1980 a 1982.
"Hoje, o Centro de Formação da GNR é um elemento importante numa cidade deprimida economicamente", reconheceu.
Góis Moço, um dos últimos comandantes da EPST, concorda que "a GNR teve a felicidade de colocar aqui um conjunto de quadros que souberam perceber" o papel dos militares na cidade.
O coronel reformado realçou que as instalações da Lapa "com toda a história que carregam, não ficaram abandonadas" e que a GNR "investiu muito" na preservação do edifício que acolhe o seu Centro de Formação.
"As unidades colaboravam com iniciativas civis e os comandantes eram pessoas integradas na terra. Muitas vezes, eram oficiais do Exército que davam Educação Física nas escolas", salientou Joaquim de Sousa, recordando que "muitos militares, sobretudo do quadro permanente", casaram-se na Figueira.
Natural de Soure, Góis Moço, de 68 anos, fez o curso do liceu na Figueira da Foz, onde mais tarde seria comandante da EPST.
"Mesmo antes do 25 de Abril, havia uma relação ótima da cidade com os militares. No liceu, tive como professor de Educação Física um oficial que viria a ser meu comandante", no Regimento de Artilharia Pesada 3 (RAP 3), que funcionava na Lapa, antes da criação da EPST, exemplificou.
Nos anos 90 do século XX, especialmente com Góis Moço no comando, a EPST, em colaboração com civis, como o pintor Mário Silva, assumiu-se como promotora dos Encontros de Arte e de outras iniciativas culturais.
"Púnhamos os jovens a pintar e ficavam os quadros para o quartel", disse Mário Silva.
O Exército comprava as telas e as tintas e abria as portas aos artistas plásticos. "A ideia era boa, mas depois foi tudo de água abaixo", acrescentou.
Na rotunda Escola Prática do Serviço de Transportes, uma escultura de pedra, produzida nos Encontros de Arte, perpetua a longa presença dos militares na cidade balnear.
Góis Moço confirma que muitos militares acabaram por consolidar a ligação à cidade através do casamento.
Oriunda de Ciudad Rodrigo, a espanhola María del Pilar Jiménez, ex-professora de Educação Física, passa férias na Figueira da Foz desde a infância.
No verão de 1974, em plena Revolução dos Cravos, então com 23 anos, enamorou-se de um jovem oficial miliciano que ali prestava serviço.
Os militares "estavam a fazer o seu trabalho" na revolução portuguesa, enquanto, em Espanha, Franco e a sua ditadura entravam em agonia, afirmou à agência Lusa.
Aposentada, María del Pilar não casou com o "militar de Abril". Mas manteve a mesma paixão pela Figueira, onde regressa sempre que pode à sua casa de férias.
Fonte : Imagem e texto - Notícias ao Minuto

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